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Teatro e Dança

30 anos Melhores do Mundo: histórias, risadas e resistência

Seis amigos e um objetivo nada fácil: rir e fazer rir, com crítica e reflexão

Alexya Lemos

18/04/2025 5h00

melhores do mundo

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Na próxima segunda-feira (21), a Companhia de Comédia Os Melhores do Mundo comemora 30 anos de estrada. Três décadas fazendo o Brasil rir — e pensar — com espetáculos que misturam política, cultura pop e uma boa dose de acidez. Mas o sucesso e a longa jornada não vieram sem tropeços e histórias para contar.

Adriana Nunes, Welder Rodrigues, Jovane Nunes, Ricardo Pipo, Adriano Siri e Victor Leal se conheceram em festivais de teatro e música nos anos 1990, em Brasília. “A gente tinha afinidade, muita piada interna e um desejo enorme de estar no palco. Foi dessa mistura de amizade, talento e vontade de rir que nasceu o grupo”, relembra um dos fundadores.

 

Foto: Divulgação

 

Com o desafio constante de se reinventar a cada novo espetáculo, o grupo emplacou sucessos como Notícias Populares e Sexo – A Comédia. Mas o grande marco foi Hermanoteu na Terra de Godah, que conquistou o público e se tornou um clássico do teatro brasileiro.

“Cada peça representa uma fase. E as aparições na TV, especialmente no programa do Jô Soares, ajudaram a levar nosso trabalho para todo o Brasil”, comenta um dos integrantes.

 

Hermanoteu da Terra de Godah, Os Melhores do Mundo. Foto: Nick Elmoor

Hermanoteu da Terra de Godah, Os Melhores do Mundo. Foto: Nick Elmoor

 

As ideias para os espetáculos nascem de todos os cantos. “O Brasil oferece muito material — às vezes até demais. Mas a gente também escuta o público e confia no instinto. Se algo nos faz rir no ensaio, tem potencial. E o mais importante: a gente ainda se diverte fazendo. Esse é o nosso termômetro.”

Apesar do reconhecimento, manter um grupo com seis integrantes viajando e trabalhando junto por tanto tempo exige persistência. Questões financeiras, a instabilidade da carreira artística e o desgaste natural da convivência estão sempre no caminho — mas o compromisso com a arte e o humor é maior que qualquer dificuldade.

“Tem ensaio com sono, viagem longa, equipamento que quebra… Mas o mais difícil é se reinventar sem perder a essência. E seguir fazendo humor num país que tantas vezes não valoriza a cultura é, também, um ato de resistência.”

 

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