Depois da política, Cannes deu lugar ao glamour e ao espetáculo nesta quarta-feira (14), graças a Tom Cruise e à saga “Missão Impossível”, em seu oitavo e, oficialmente, último episódio.
O festival, que começou no dia anterior com críticas ao presidente Donald Trump e à guerra em Gaza, também dá início à corrida pela Palma de Ouro com a estreia dos dois primeiros filmes na disputa: o alemão “O Som da Queda”, de Mascha Schilinski, e o ucraniano “Two Prosecutors”, de Sergei Loznitsa.
Um total de 22 longa-metragens competem pelo prêmio principal, sete deles dirigidos por mulheres — o mesmo número recorde de 2023.
Nas asas de um avião
Tom Cruise é o protagonista e produtor de “Missão: Impossível – Acerto Final”, que conclui sua batalha em dois episódios (o anterior foi “Acerto de Contas Parte Um”, de 2023) contra uma inteligência artificial que ameaça controlar o mundo.
Aos 62 anos, Cruise continua demonstrando sua capacidade de realizar as mais ousadas cenas de ação, desta vez nas asas de um avião de acrobacias.
Para a cena, o ator de 62 anos teve que sair da cabine com “um vento que te leva a cerca de 230 km/h por causa da hélice. As moléculas no ar estão tão dispersas que você respira, mas fisicamente não acumula oxigênio”, disse o diretor Christopher McQuarrie durante uma coletiva de imprensa diante de uma plateia lotada e cativada.
Palma honorária em Cannes, Cruise, um ator querido na França, desceu do topo do Estádio Olímpico durante a cerimônia de encerramento dos Jogos de Paris no ano ado.
Por enquanto, tudo o que se sabe é que ele estará cercado por músicos tocando a famosa melodia original da história, composta pelo argentino Lalo Schifrin.
A saga já dura “30 anos e é o primeiro filme que produzi oficialmente, isso significa muito para mim”, disse o ator em uma conversa aberta ao público com o diretor Christopher McQuarrie. “Nós nos divertimos muito fazendo isso”, ele acrescentou.
Cruise não descartou explicitamente o fim da sequência em 2025. “Prefiro que as pessoas vejam o filme e gostem (…) e o vejam como o ápice de tudo o que fizemos”, disse ele.
De Niro e seu pai
Outro protagonista desta 78ª edição de Cannes, o lendário Robert de Niro, de 81 anos, reou a figura do pai, pintor, e sua relação com ele em uma conversa com o público, após sua dura declaração na véspera contra Donald Trump.
O pai de Robert De Niro tinha o mesmo nome que ele e era um pintor com certa reputação em Nova York. No entanto, sua estrela foi ofuscada pela ascensão incontrolável de seu filho ator.
O artista e cineasta francês JR está gravando um documentário com De Niro sobre esse pai, uma figura complicada cujo estúdio em Nova York ficou fechado por décadas após sua morte.
O documentário é “para meus filhos, para minha família, para que fique um testemunho de quem foi meu pai”, revelou o intérprete de “Touro Indomável”.
Agence -Presse
