Roberto Wagner
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Dizem que em uma ultramaratona a competição deixa de ser contra os adversários e a a ser diante dos próprios limites. Isso é praticamente uma regra entre os corredores dos 105km da prova entre as cidades de Morretes e Guaraqueçaba, no Paraná, mas não funciona com o sessentão Ângelo Cartojane Ramirez. Aos 66 anos, o sul-matogrossense, radicado em Brasília há 54 anos, parece um jovem quando o assunto é rivalidade.
“Ele (o maior rival) comeu poeira. Fui por baixo da terra igual a um tatu (risos). Chegou uns 15km atrás de mim”, diverte-se Ângelo, ao recordar a prova do ano ado, quando terminou em primeiro lugar na categoria 60 a 65 anos.
Agora em nova faixa etária – irá disputar entre os corredores de 66 a 69 anos –, ele e cerca de 2 mil atletas irão encarar os 105km da Ultramaratona de Morretes/Guaraqueçaba no próximo sábado.
Para não ser surpreendido pelos novos adversários, Ângelo conta que modificou um pouco os treinamentos. “Este ano estou fazendo muita subida. Lá, são uns 4km só de subida. Não tinha feito esse treino em 2015 e acabei sentindo um pouco a panturrilha.”
No ano ado, Ângelo terminou a prova com o tempo de 9 horas e 58 minutos. “Agora estou mais forte”, acredita o ultramaratonista.
No trajeto de Morretes a Guaraqueçaba os atletas encontram 50km de asfalto e o restante com muito cascalho e chão batido.