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Política & Poder

Marinho nega golpismo de Bolsonaro e diz no STF que havia preocupação com ‘civilidade’ em 2022

As declarações foram dadas em depoimento como testemunha do processo da trama golpista de 2022. Ele foi indicado pelas defesas de Bolsonaro e do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-companheiro de chapa de Bolsonaro

Redação Jornal de Brasília

02/06/2025 17h04

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

ANA POMPEU
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O senador Rogério Marinho (PL-RN) negou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que houvesse qualquer planejamento golpista da cúpula do governo de Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que o ex-presidente se preocupava com a “civilidade” do processo de transmissão do cargo.

“Havia uma preocupação grande de que não houvesse excessos, houvesse civilidade na transmissão do poder, do cargo. Todos nós estávamos chateados com o processo eleitoral, não esperávamos a derrota”, disse o parlamentar.

As declarações foram dadas em depoimento como testemunha do processo da trama golpista de 2022. Ele foi indicado pelas defesas de Bolsonaro e do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-companheiro de chapa de Bolsonaro.

Na Presidência, Bolsonaro acumulou uma série de declarações golpistas às claras, provocou crises entre os Poderes, colocou em xeque a realização das eleições de 2022, ameaçou não cumprir decisões do STF e estimulou com mentiras e ilações uma campanha para desacreditar o sistema eleitoral do país.

Após a derrota para Lula, incentivou a criação e a manutenção dos acampamentos golpistas que se alastraram pelo país e deram origem aos ataques do 8 de Janeiro.

Nesse mesmo período, adotou conduta que contribuiu para manter seus apoiadores esperançosos de que permaneceria no poder e, como ele mesmo itiu publicamente, reuniu-se com militares e assessores próximos para discutir formas de intervir no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e anular as eleições.

Apesar disso, Marinho afirmou ter visto Bolsonaro “preocupado que não houvesse bloqueio de rodovias, impedimento”.

“Para que não fosse colocado sobre ele a pecha de que queria atrapalhar a economia ou a própria mudança de comando do país”, afirmou Marinho.

O senador relatou ter se encontrado com o então presidente cerca de dez vezes depois do resultado das eleições daquele ano. De acordo com ele, o tema das conversas era o futuro do partido, o PL, a avaliação das razões para o insucesso nas urnas, e os próximos os.

“O presidente o tempo todo falava a respeito da eleição do Congresso Nacional, da importância de ele ter a presença do Senado e da importância do crescimento do PL”, disse.

O senador afirmou que, nos encontros no Palácio da Alvorada, esteve com Braga Netto em apenas duas ocasiões.

Com a audiência do parlamentar, o Supremo encerra a etapa de audiências com as testemunhas do primeiro núcleo do processo sobre a trama golpista de 2022.

Ao longo das últimas duas semanas, o STF ouviu 52 testemunhas, desde 19 de maio.

Dessas, foram 5 de acusação e 47 das defesas. Duas juntaram declarações por escrito.

Ainda, o relator homologou 29 desistências, sendo uma da acusação e 27 das defesas.

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