LUANA LISBOA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Mesmo a longa trajetória na área da saúde não impediu a ex-ministra Nísia Trindade de ser o primeiro alvo da reforma ministerial ensaiada pelo governo Lula (PT). Sob pressão do centrão e vivendo um processo de fritura política, a ex-presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) enfrentou uma sequência de crises, que incluiu, por exemplo, o recorde histórico de casos e mortes por dengue no país em 2024.
À reportagem, a ex-ministra diz que sua saída da pasta foi marcada por estratégias machistas de desqualificação do seu trabalho, mas evita apontar dedos.
“Eu acho que foram tantos os atores que, como eu disse… Já falei o que devia sobre isso. Basta ver imagens, ângulos que são pegos, ideias de fragilidade, expressões nesse sentido. Mas eu me sinto uma pessoa, sobretudo, consciente no meu papel, preparada para a função que eu exerci”, declara.
“Eu diria que isso é um processo difuso na sociedade, que muitas vezes acontece sem os atores perceberem. E houve, claro, estratégias de desqualificação.”
De volta ao ambiente acadêmico, em visita ao Instituto de Estudos Avançados da USP (Universidade de São Paulo), onde assumiu a titularidade da Cátedra Olavo Setubal ao lado dos acadêmicos Alemberg Quindins e Fernando José de Almeida, Nísia conta o que tem feito desde que deixou a posição, e reluta em falar sobre o período na gestão.
“Nossa entrevista vai ser sobre a minha gestão, é um balanço de gestão">