Empregabilidade e trabalhabilidade são conceitos frequentemente confundidos, mas possuem diferenças importantes. A empregabilidade refere-se ao conjunto de qualificações que facilita a entrada no mercado de trabalho. Já a trabalhabilidade é mais ampla, envolvendo a capacidade de manter-se ativo, produtivo e adaptável ao longo da carreira, mesmo em cenários de incerteza e transformação.
No cenário atual, marcado por transformações tecnológicas, automação e mudanças demográficas, como o envelhecimento populacional, a trabalhabilidade ganha destaque como um pilar essencial. Essa abordagem exige uma postura ativa dos profissionais, que devem adaptar-se continuamente às novas demandas e desafios do mercado.
No ensino superior, a trabalhabilidade deve integrar os currículos de forma estratégica. Isso vai além das habilidades técnicas, incluindo competências socioemocionais como inteligência emocional, comunicação eficaz, pensamento crítico e resolução de problemas. Universidades também têm o papel de oferecer experiências práticas, conectando os estudantes ao mercado de trabalho por meio de estágios, projetos aplicados e outras vivências.
A responsabilidade das instituições de ensino não se limita à entrega de diplomas. Elas devem preparar os alunos para navegar com sucesso em suas carreiras, adotando uma abordagem holística que combine desenvolvimento de carreira, aprendizagem prática e construção de conexões estratégicas com o mercado.
Em suma, a trabalhabilidade destaca-se como a capacidade de se reinventar continuamente, garantindo relevância e sucesso ao longo da trajetória profissional. Esse conceito, integrado ao ensino superior, oferece uma formação além do conteúdo tradicional, promovendo adaptabilidade e inovação como requisitos para prosperar em um mercado em constante evolução.
Luciano Santana Pereira, coordenador de Metodologias e Aprendizagem na Vitru Educação, especialista em Carreiras, Lifedesign e Trabalhabilidade
