Por Costa Neto *
Os sindicatos desempenham um papel fundamental na luta pelos direitos e interesses dos trabalhadores, e no setor público isso não é diferente. Sua atuação é determinante para influenciar políticas públicas, negociações salariais, condições de trabalho e, consequentemente, melhorar os serviços prestados à população. Além disso, eles são responsáveis por fiscalizar as ações e denunciar irregularidades, abusos e precarizações que possam comprometer a qualidade e a prestação do serviço público.
É com base no respeito aos direitos dos servidores e dos cidadãos que o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário e Ministério Público da União (Sindjus) vem pautando sua trajetória há mais de três décadas. Criada em 25 de maio de 1990, a entidade completa 33 anos em 2023. Desde o seu surgimento, o Sindjus tem sido um interlocutor direto dos anseios da categoria e da sociedade junto aos órgãos e instituições públicas, especialmente no Poder Judiciário e no MPU, com o objetivo de melhorar as condições de trabalho e, consequentemente, alcançar maior qualidade e eficiência na prestação dos serviços públicos.
Ao longo dos anos, o sindicato tem participado de diversos fóruns de discussão, contribuindo para a construção de políticas de recursos humanos que atendam às demandas e necessidades dos servidores e garantam a efetividade dos serviços prestados à população.
Durante a pandemia de Covid-19, o Sindjus desempenhou um papel destacado na luta pela efetivação do trabalho remoto, garantindo que a sociedade e os jurisdicionados não sofressem prejuízos na prestação dos serviços e no atendimento as suas demandas. Esse modelo de trabalho mostrou resultados positivos: com mais flexibilidade e autonomia, os servidores aram a apresentar um desempenho ainda melhor, e os números decorrentes dessa produtividade foram significativos.
De acordo com um levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no relatório Justiça em Números 2021, o teletrabalho contribuiu para uma redução de 4,5% nas despesas do Judiciário, totalizando uma economia de R$ 4,6 bilhões, descontada a inflação, em um montante de R$ 100,06 bilhões. Além disso, os atendimentos às demandas da sociedade, principalmente por meios eletrônicos, somaram 25,8 milhões de novos processos em 2020.
Além das questões relacionadas ao trabalho, o Sindjus tem se mostrado engajado em temas como a luta pela democracia, o combate à corrupção e a defesa dos direitos humanos. A entidade também está focada em enfrentar o assédio moral e sexual no ambiente de trabalho, lutar pelos direitos dos autistas e das pessoas com deficiência, e ampliar as ações de equidade de gênero.
A celebração desses 33 anos é um momento para refletir sobre a indispensabilidade do sindicalismo na defesa dos direitos dos trabalhadores e na construção de uma sociedade mais humana, justa e igualitária. Que o Sindjus continue atuando com firmeza e compromisso em defesa das prerrogativas e direitos dos servidores do Poder Judiciário e MPU e dos interesses de toda a sociedade brasileira.
*Costa Neto é coordenador-geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União no DF (Sindjus).