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Brasília

Parquinhos abandonados se tornam cenário de insegurança e descaso no DF

Em Ceilândia, brinquedos quebrados e ferrugem expõem crianças a riscos, enquanto no Deck Norte, a deterioração do espaço público afasta famílias e frequentadores do Lago Norte. A falta de manutenção transforma áreas de lazer em locais perigosos, refletindo um problema recorrente na capital.

Redação Jornal de Brasília

04/04/2025 12h28

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Crédito: Camila Coimbra

Por Camila Coimbra

Em Ceilândia, brinquedos quebrados, ferrugem e lixo afastam as famílias que antes frequentavam o espaço. O auxiliar logístico Patrick Moreira de Souza Silva, 27 anos, cresceu na região e lembra com saudade dos tempos em que o parquinho do bairro era ponto de encontro de crianças.

“O dono do mercado ao lado sempre fez pequenas reformas, mas com o tempo foi deixando de lado”, conta. Segundo ele, o local já foi uma “pracinha cheia de vida”, mas hoje se assemelha a uma cena de “filme pós-apocalíptico”.

Pai de um menino de um ano, Patrick tentou levar o filho para brincar no espaço, mas encontrou diversos perigos. “Tem ferrugem, ferros expostos, muito lixo. É difícil ficar despreocupado”, relata.

A proximidade com uma creche reforça a necessidade de revitalização do espaço. “Se fosse reformado, com certeza ficaria lotado de crianças novamente”, avalia. Além da falta de manutenção, a insegurança preocupa os moradores. “Nem vou falar do outro problema, que são os usuários de drogas e álcool ali próximo”, desabafa Patrick.

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Crédito: Camila Coimbra

No Lago Norte, Marcos Soares, 52 anos, morador da região, reclama do abandono do Deque Norte e da inexistência de um parquinho no local. “Eu moro no Lago Norte há mais de 20 anos e sempre caminhei pela região do deque. Antigamente, essa área era bem cuidada, um espaço agradável para famílias arem o tempo. Mas, com o tempo, a depredação e o abandono tomaram conta. Hoje, o que se vê é lixo espalhado, estruturas deterioradas e um ambiente pouco convidativo para quem busca lazer em família.”

Sem opção de lazer, as crianças da região acabam prejudicadas.“O parquinho daqui parece que não existe mais. O Deque Norte virou ponto de encontro para quem quer beber e deixar sujeira, e a falta de manutenção só piora a situação”, conta Marcos.

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Crédito: Camila Coimbra

Resposta da Novacap

A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) informou que iniciou a reforma e a manutenção de mobiliários urbanos, incluindo equipamentos públicos de esporte e lazer, parques infantis, quadras poliesportivas e Pontos de Encontro Comunitários (PECs). Segundo a empresa, os trabalhos começaram por Ceilândia e seguirão para Samambaia e Taguatinga, até que todas as 35 regiões istrativas do DF sejam contempladas.

“Todos os locais contemplados são mapeados e indicados pelas istrações, conforme o grau de prioridade após as vistorias. Inicialmente, o investimento é de R$ 58 milhões, valor que pode aumentar, se houver a necessidade de de novas atas”, informou a Novacap.

A companhia também ressaltou que, desde 2021, já foram investidos mais de R$ 700 mil na manutenção de parquinhos, sendo R$ 112 mil apenas em 2024. Entre os serviços realizados estão pinturas, trocas de correntes, parafusos, grades e outras estruturas.

A Novacap atribui parte do desgaste dos equipamentos ao mau uso e ao vandalismo. A companhia alerta que problemas como adultos utilizando brinquedos infantis, excesso de peso nos equipamentos e vandalismo criminoso contribuem para a deterioração dos espaços.

A população pode contribuir para a conservação dos parquinhos, tanto utilizando os espaços de forma adequada quanto informando sobre a necessidade de reparos por meio do portal participa.df.gov.br.

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