O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) deu um o importante para sua possível instalação em Brasília. Nesta quinta-feira (5), representantes do instituto, do Governo do Distrito Federal (GDF) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) se reuniram em um workshop no Parque Tecnológico BIOTIC para discutir a viabilidade da abertura de uma sede do IPT na capital.
O evento reuniu autoridades da área de ciência, tecnologia e inovação, com pronunciamentos e painéis voltados ao mapeamento de demandas tecnológicas do GDF. Participaram da composição do palco o diretor-presidente do IPT, Anderson Ribeiro Correia; o secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF, Alexandre Augusto Villain da Silva, que representou o secretário Marco Antonio Costa Júnior; o diretor de Programas de Inovação do MCTI, Osório Coelho Guimarães; o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAP-DF), Leonardo Socha Rondeu Reisman; e o chefe de gabinete da presidência do BIOTIC, Ricardo Bittencourt.
Durante o workshop, Anderson Correia confirmou que o instituto foi convidado pelo BIOTIC a apresentar uma proposta de implantação. A decisão final, segundo ele, ainda depende de tratativas internas e da aprovação pelo Conselho de istração. “Já levamos o assunto ao Conselho, que nos deu sinal verde para seguir com os estudos. A ideia é identificar uma demanda tecnológica clara aqui no DF. Se houver viabilidade, poderemos, sim, ter uma unidade do IPT em Brasília”, afirmou.
A expectativa positiva também foi reforçada por Ricardo Bittencourt, do BIOTIC. “Quando olhamos o mapa das unidades do IPT, percebemos um vazio no Centro-Oeste. Brasília aparece como uma escolha estratégica para preencher essa lacuna”, afirmou, citando experiências bem-sucedidas do IPT em outros polos de inovação, como São José dos Campos.
O diretor de Programas de Inovação do MCTI, Osório Guimarães, destacou o caráter estratégico do evento e o papel do IPT na articulação entre ciência, setor produtivo e gestão pública. “Hoje cumprimos mais um ponto da missão estratégica de reunir a tríplice hélice da inovação: governo, setor produtivo e comunidade científica. O IPT é uma organização centenária com profundo conhecimento técnico e potencial para impulsionar soluções nas áreas de energia, engenharia e tecnologias emergentes”, disse Guimarães.
O presidente da FAP-DF, Leonardo Reisman, reforçou a importância de transformar conhecimento em impacto real na sociedade. “A inovação só acontece quando a tecnologia gera impacto. A pesquisa nasce nas universidades, mas é nos parques tecnológicos que ela se transforma em soluções aplicadas. O IPT pode ser o elo que conecta essas pontas, gerando spin-offs e promovendo avanços que extrapolem os limites geográficos do Distrito Federal”, afirmou.
Já o secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF, Alexandre Villain, ressaltou a consolidação das políticas locais de formação tecnológica e sua conexão com a chegada do IPT. “É importante olharmos para os programas de inclusão digital que formatamos no DF, como os de formação em inteligência artificial e games. A estruturação da FAP-DF e a aproximação com a academia fortaleceram esse ecossistema. Mas precisamos dar o próximo o: fomentar modelos jurídicos e laboratórios multiusuários com foco em hard science. E é justamente aí que o IPT pode nos ensinar muito.”
Villain destacou ainda a criação recente do Centro de Inteligência Artificial do GDF, estruturado dentro do BIOTIC com base no marco legal de CT&I. “O centro vai endereçar problemas públicos em áreas como saúde, segurança e educação. É o início de uma nova fronteira para o DF. Com a chegada do IPT, ganhamos um parceiro com expertise técnica e institucional para impulsionar ainda mais essa expansão”, afirmou.
Além da atuação com grandes indústrias, o IPT tem programas específicos para startups e inovação aberta. “Apoiamos 300 startups por ano. Com certeza, podemos incluir empresas de Brasília, da UnB, da Católica. Temos parcerias com o Sebrae e já atraímos mais de R$ 500 milhões em investimentos futuros e atuais para o nosso programa IPT Open Experience, que reúne empresas como Google, Weg, Vale e BTG”, completou Bittencourt.
O encontro marcou uma nova fase de articulação entre governo, institutos de pesquisa e o setor produtivo. A proposta de instalação de uma unidade do IPT em Brasília será consolidada em relatório elaborado a partir dos debates do workshop. O documento será submetido ao Conselho de istração do instituto, que avaliará a viabilidade técnica e institucional da iniciativa.
Caso aprovada, a sede do IPT deve funcionar dentro do Parque Tecnológico BIOTIC, com foco em acelerar parcerias locais, gerar soluções de impacto e ampliar a presença do instituto no centro político do país.


