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Segunda-feira de decisões: entre a Seleção de Ancelotti e o julgamento do presidente do Corinthians

É quase irônico — e profundamente triste — que um clube com o tamanho, a história e a torcida do Corinthians tenha chegado a esse ponto

Marcondes Brito

25/05/2025 7h05

augusto

Esta segunda-feira, 26 de maio de 2025, será um daqueles dias que o futebol brasileiro não vai esquecer tão cedo. De um lado, a expectativa global pela primeira convocação de Carlo Ancelotti no comando da Seleção Brasileira, um evento que mobiliza a imprensa esportiva internacional. Do outro, um drama doméstico que se desenrola em silêncio ensurdecedor nos bastidores do Parque São Jorge: o possível impeachment do presidente do Corinthians, Augusto Melo.

É quase irônico — e profundamente triste — que um clube com o tamanho, a história e a torcida do Corinthians tenha chegado a esse ponto. Campeão mundial, dono de uma das maiores torcidas do planeta, protagonista frequente na América do Sul e na mídia brasileira, o Corinthians hoje é refém de uma sucessão de istrações desastrosas. Dirigentes despreparados, amadores e, em alguns casos, suspeitos de crimes graves. O caso VaideBet, que resultou no indiciamento de Augusto Melo por furto qualificado, lavagem de dinheiro e associação criminosa, é apenas o estopim de um cenário que já estava podre por dentro.

Na segunda-feira, os 300 conselheiros do clube, entre trienais e vitalícios, vão decidir se Augusto Melo continua ou deixa imediatamente o cargo. A expectativa é de quórum alto — como tem sido em votações recentes — e o clima é de tensão máxima. A issibilidade já foi aprovada por margem estreita: 126 a 114. Agora, uma maioria simples entre os presentes pode provocar uma reviravolta que será julgada, em seguida, pelos sócios em assembleia geral.

Não é só a imagem do presidente que está em julgamento. É o modelo de gestão do Corinthians que está ruindo, vítima da politicagem interna, da falta de transparência e da omissão de quem deveria zelar pelo clube. A maior torcida de São Paulo — e a segunda maior do Brasil — merece mais. Merece profissionalismo, planejamento e, acima de tudo, respeito.

O Corinthians não pode mais errar. Já são muitos os traumas causados por presidentes que brincaram de ser gestores, comprometendo o futuro financeiro e esportivo do clube. Se há algo que o torcedor corintiano deveria exigir com urgência, é sorte. Sorte para que, finalmente, apareçam líderes que tenham estatura e competência para dirigir uma das maiores instituições do futebol mundial.

Enquanto o Brasil inteiro observa a nova era da Seleção sob o comando de um multicampeão europeu, os corintianos enfrentam uma dura realidade: o risco de mais um ano perdido, mais uma decepção fora de campo. Que a segunda-feira sirva não só para virar a página, mas para começar a escrever uma nova — e mais digna — história no Parque São Jorge.

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