Com uma fachada charmosa e quase minimalista, o Lilie Pâtisserie & Boulangerie pode até não chamar atenção de imediato, mas basta um olhar mais atento para perceber que cada detalhe foi pensado com muito carinho.
Sob o comando de Lily Araújo e Théo Marques, chefs e sócios do grupo Famiglia Papá — que também assina os restaurantes Cozze Mediterrâneo, Nonno Cantinetta, Papá Cucina e Babbo Osteria — a casa abriu recentemente na Asa Sul com uma proposta que aposta na confeitaria clássica e em boas opções para todas as horas do dia, do café da manhã ao jantar. A ideia é se consolidar como referência em viennoiserie — uma técnica sa que combina confeitaria e panificação. O nome Lilie, aliás, é a forma sa de pronunciar o nome da chef Lily.
Me identifiquei de imediato com essa pegada mais “tradicional”, que conversa muito com meu gosto pessoal: na confeitaria, quanto menos invencionice, melhor. Talvez seja um trauma pós-redes sociais, onde todo tipo de atrocidade doce já foi inventado em busca de likes. Mas mesmo antes disso, o simples bem executado sempre me encantou.

Foto: Divulgação
E foi exatamente isso que encontrei por lá. A vitrine de croissants, macarons e entremets já impressiona na entrada, com cores e formas que despertam o apetite.
Como fui no horário do brunch, comecei pelo Café Lilie (R$ 68), que inclui cesta de pães do dia — todos de fermentação lenta — fatia de bolo (fofinho e saboroso), ovos mexidos, manteiga, geleia de frutas vermelhas, bacon, peito de peru, suco natural e o café coado da casa, feito com exclusividade pela Illy Café. Um coado bem ado anima qualquer manhã — e foi exatamente o caso aqui. Depois pedi o pain au chocolat (R$ 24), e foi ali que bati o martelo: aprovado com louvor, graças à qualidade da massa folhada.
Entre os entremets, experimentei o de tiramisù (R$ 35) e o de citron (R$ 33) — limão siciliano com geleia de framboesa. Ambos se destacaram pela textura, sabor e apresentação impecável.
Não consegui explorar mais o cardápio, mas a casa também oferece menu para almoço e jantar, com opções como o steak tartare com salada verde, torradinhas e batata frita (R$ 52); a terrine de campagne, embutido de carnes com pistache, rúcula, picles e torradas da casa (R$ 56); e o tradicional boeuf bourguignon, carne bovina cozida ao vinho tinto com legumes, arroz, brócolis e purê de batata (R$ 69).
Para acompanhar, há drinks autorais e clássicos. Escolhi o negroni, que veio bem equilibrado e marcante, apesar de não trazer o tradicional cubo único de gelo. Muita gente me pergunta a diferença: em resumo, pedras menores derretem mais rápido, o que “amassa” a experiência, mas não compromete o sabor no Lilie.
Como o cardápio ainda oferece várias opções de lanches, voltarei em breve. Mas a primeira impressão foi das melhores: uma casa que preza pela qualidade e entrega uma experiência atenciosa e consistente. Já entrou na lista de 2025 dos lugares que chegaram para ficar.