Inspirado em “fatos reais”, chega aos cinemas, nesta quinta-feira (30), “O Urso do Pó Branco”, dirigido por Elizabeth Banks. Sua história aborda um acontecimento incomum nos anos de 1980, quando um traficante deixou cair 40 quilos de cocaína em uma floresta dos Estados Unidos, fator por si só curioso. O que torna o enredo ainda mais sem sentido é que um urso achou os pacotes e foi encontrado morto meses depois.
Assim que o longa foi divulgado, o marketing prometeu no trailer, imagens de divulgação e na própria sinopse um terror/comédia com um formato absurdo, o que nem de longe acontece no filme, que se prende em dramas familiares, personagens descartáveis e um roteiro que se desvia do objetivo final.
Em 1985, um avião carregado de cocaína caiu no meio do nada na floresta da Geórgia. Então, os mais de 200 quilos de drogas — e potencialmente muito dinheiro — foram perdidos para sempre? Os traficantes não querem correr riscos. Na busca pela valiosa substância, porém, eles percebem que outro ser foi mais rápido do que eles. Um enorme urso preto encontrou o que procurava e agora está completamente chapado. Turistas, alguns adolescentes, policiais e até os bandidos donos da droga encontram o animal monstruoso e só resta uma coisa: sobreviver. Mas o urso desenvolveu um gosto pela substância e quer mais e mais do pó branco.

Elizabeth Banks já é uma atriz conhecida que vem dando os primeiros os na direção. No recente “As Panteras” (2019), ela não conseguiu agradar nem a crítica e muito menos o público. Em seu mais novo projeto, “O Urso do Pó Branco”, dá para notar uma grande melhora em seu desempenho como diretora, que, inspirada em uma história real, busca uma adaptação caótica e absurda, mas que acabou focando em paralelos que não deveriam ser o foco do terror/comédia. Como a história se a nos anos 1980, a trama é muito inspirada em filmes B da época, fator que se observa no terror na floresta, por exemplo. A nostalgia chama atenção.
Toda a maluquice envolvida no fato de o urso consumir a cocaína já sustentaria um filme, mas são poucos os momentos de loucura total como o trailer pré-lançamento vendeu. Destaque para a cena da ambulância, que choca um pouco e entrega mortes criativas e divertidas que vão tirar risos.
O problema do roteiro é muito simples. Para não usar somente a história do animal, Jimmy Warden, co-roteirista de “A Babá: Rainha da Morte” (2020), fez algumas escolhas já esperadas, como problemas familiares e personagens desnecessários, para o enredo durar mais. Os traficantes e uma gangue de adolescentes para um longa que se a em pouco mais de uma hora e meia são arcos muito desconexos. Outro grande erro no filme talvez seja a escolha de incluir crianças, o que limita o seu desenvolvimento com piadas ou o que o animal pode fazer com elas. Para esse tipo de comédia, o melhor mesmo é abraçar de forma mais despretensiosa. Então, quando se tem crianças no elenco, há um problema.

Em relação ao design gráfico (importante lembrar que trata-se de um urso criado a partir de CGI), o filme se divide em bons e maus efeitos. Em algumas cenas o animal está ok, com bons traços; já em outros, a qualidade não foi a esperada.
Conclusão
Para quem pensou que o “O Urso do Pó Branco” seria só uma diversão boba sem enredo, ele entrega uma história com saída simples da vida. Isso não é ruim, mas o longa foi vendido como uma super comédia/terror caótica e louca. O filme ainda deixa uma boa recordação para o ator Ray Liotta falecido no ano ado.
Confira o trailer:
Ficha técnica:
Direção: Elizabeth Banks;
Roteiro: Jimmy Warden;
??Elenco: Keri Russell, Margo Martindale, Ray Liotta, Alden Ehrenreich, O’Shea Jackson Jr., Jesse Tyler Ferguson, Kristofer Hivju, Kahyun Kim, Christian Convery, Brooklynn Prince, Scott Seiss;
Gênero: Comédia e Terror;
Distribuição: Universal Pictures;
Duração: 91 minutos;
Classificação Indicativa: 16 anos;
Assistiu à sessão cabine de imprensa a convite da Espaço/Z