Em 1985, era fundado o estúdio japonês de animação “Studio Ghibli”, de lá para cá, inclui no portfólio diversas obras mundialmente aclamadas como: “O Castelo no Céu” (1986), “Meu amigo Totoro” (1988), “Túmulo dos Vagalumes” (1988), “O Serviço de Entregas da Kiki” (1989), “A Viagem de Chihiro” (2001), entre vários outros. Seu co-fundador Hayao Miyazaki é o grande responsável pelos inúmeros sucessos.
Nesta quinta-feira (22), estreia a mais nova produção do estúdio, “O Menino e a Garça”, que está sendo considerada uma das melhores animações dos últimos anos. Miyazaki sai da sua aposentadoria e entrega uma de suas obras mais pessoais.

Foto: Divulgação/Sato Company
Depois de perder a mãe durante a guerra, o jovem Mahito muda-se para a propriedade de sua família no campo. Lá, uma série de eventos misteriosos o levam a uma torre antiga e isolada, lar de uma travessa garça cinzenta. Quando a nova madrasta de Mahito desaparece, ele segue a garça até a torre e entra num mundo fantástico partilhado pelos vivos e pelos mortos. Ao embarcar em uma jornada épica com a garça como guia, Mahito deve descobrir os segredos deste mundo e a verdade sobre si mesmo.
Nos últimos anos, as animações estão ando por uma série de aprovações, seja pela falta de interesse geral do público, o mínimo de criatividade da gigante Disney/Pixar ou até mesmo os traços que não chamam mais tanta atenção quanto antes. A ideia agora é inovar como o sucesso da franquia iniciada em 2018, “Homem-Aranha no Aranhaverso”.

Foto: Divulgação/Sato Company
Sem dúvidas o Studio Ghibli não tem medo de mostrar o seu melhor, no caso animações tradicionais em 2D. Existe possibilidade para essa recitação do ado, com traços finos, delicados quase que artesanais.
Outro motivo para a empresa levar uma legião de fãs são suas histórias que alegoricamente juntam o real com o fantasioso, com tramas questionadoras, que deixam todos entre aventuras ilusórias em mundos mágicos.

Foto: Divulgação/Sato Company
Com personagens que são plurais em todos os âmbitos, filosóficos e prolixos. O caos se instaura com narrativas que levam seus heróis para voos, quedas, florestas, animais desconhecidos e muitos questionamentos, são tantas perguntas sem resposta que o espectador não tem chance de não ficar intrigado.
Miyazaki explora as dores da perda quase que de maneira curativa, Mahito fica inconsolável com a morte da Mãe, a nova casa e esposa do pai, se perde pelo caminho em meio a um Guerra, o espectador vai sentir seu sofrimento e a falta de compreensão pela pouca idade.

Foto: Divulgação/Sato Company
A trama é uma bagunça para quem não está acostumado com as produções já mencionadas, personagens mágicos aparecendo para todo lado, charadas que não podem ser respondidas, só que tudo está no seu lugar, como não ficar preso no mundo de Miyazaki?
Outro lado forte em suas histórias, são como mesmo perdidos em seus traumas, ainda é possível encontrar afeto e acolhimento e mais uma vez mostrando como pode ser reveladora a formação de uma criança para um adolescente.
Conclusão
Hayao Miyazaki sabe curar feridas, perdidas pelo tempo, renovando um tipo de animação que também não se encontrava no mundo atual. Suas histórias encontram o caminho para quem precisa delas com uma extraordinária facilidade.
Confira o trailer:
Ficha Técnica
Direção: Hayao Miyazaki;
Roteiro: Hayao Miyazaki;
Elenco: Soma Santoki, Masaki Suda, Ko Shibasaki, Aimyon, Yoshino Kimura, Takuya Kimura, Kaoru Kobayashi e Shinobu Otake;
Gênero: Fantasia;
Duração: 124 minutos;
Distribuição: Sato Company;
Classificação indicativa: 12 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Sinny Assessoria e da Espaço Z