Após sete anos, estreia nesta quinta-feira (4), o novo longa da franquia animada, “Meu Malvado Favorito 4”. É certo destacar que a única coisa que mudou no mundo de Gru foi a adição de outra criança, Gru Jr., que é a cara do pai: nariz adunco, olhos desconfiados, cabeça atarracada — só que com um pouco mais de cabelo. Agora chegamos ao quarto filme da série; sexto, se você contar os dois filmes spin-off sobre seus minions amarelos e tagarelas.
Mas a principal questão da saga é a sua resistência em continuar lançando filmes sem um vínculo claro com seus fãs, se por um lado a Pixar adquire desafios emocionais e de crescimento como sua última produção “Divertida Mente 2”, a jornada vilanesca de Gru se torna algo meramente colorido, sem qualquer pretensão de alcançar as crianças mais velhas, dito em tom claro que a ideia é manter a idade dos personagens que não ficam mais interessantes a cada filme.
Depois de se tornar agente da Liga Anti Vilões, retorna para mais uma aventura em Meu Malvado Favorito 4. Agora, Gru (Leandro Hassum), Lucy (Maria Clara Gueiros), Margo (Bruna Laynes), Edith (Ana Elena Bittencourt) e Agnes (Pamella Rodrigues) dão as boas-vindas a um novo membro da família: Gru Jr., que pretende atormentar seu pai. Enquanto se adapta com o pequeno, Gru enfrenta um novo inimigo, Maxime Le Mal (Jorge Lucas) que acaba de fugir da prisão e agora ameaça a segurança de todos, forçando sua namorada mulher-fatal Valentina (Angélica Borges) e a família a fugir do perigo. Em outra cidade, as meninas tentam se adaptar ao novo colégio e Valentina incentiva Gru a tentar viver uma vida mais simples, longe das aventuras perigosas que fez durante quase toda a vida. Neste meio tempo, eles também conhecem Poppy (Lorena Queiroz), uma surpreendente aspirante à vilã e os minions dão o toque que faltava para essa nova fase.
A animação até tenta aprender pela comédia, mas o roteiro não colabora o mínimo possível, o que ele tem de novo? Essa é a primeira pergunta que surge para justificar um quarto filme. A resposta, mais personagens que visam manter a marca atualizada, como a aspirante a supervilã Poppy Prescott (Lorena Queiroz), que tem uma grande chance de ganhar um longa solo.
Ken Daurio e Mike White, responsáveis por este roteiro um tanto caótico, quase que obrigatoriamente dão destaque aos Minions, e isso não é um problema sério, pois todos esperam ansiosamente pela presença deles na história. Os ajudantes tagarelas são indiscutivelmente os personagens mais populares já criados pela Illumination, e mesmo após dois spin-offs de enorme sucesso, eles continuam roubando a cena aqui. Desta vez, aparecem como um quinteto de Minions geneticamente alterados para se tornarem super-heróis.
E não é que a franquia seja chata ou irrelevante, mas ela busca uma inovação somente com novos personagens, e isso não é suficiente para prender o espectador. A notícia que o Gru e sua família não vão envelhecer é um tiro no pé. Não seria divertido ver como Gru e Lucy lidam com a chegada da adolescência de Margo, Edith e Agnes.
O ponto alto fica exclusivamente com a comédia pastelão e a trilha sonora embalada pela música de Pharrell Williams, que retorna para escrever músicas para a animação.
Conclusão
É verdade que a série “Meu Malvado Favorito” nunca se levou muito a sério, e o quarto filme dificilmente é o ponto de partida mais lógico para novos espectadores. No entanto, há uma clara falta de justificativa para sua existência, além da óbvia motivação financeira.
Confira o trailer:
Ficha Técnica
Direção: Chris Renaud.
Codiretor: Patrick Delage
Roteiro: Ken Daurio, Mike White;
Elenco: Steve Carell, Kristen Wiig, Pierre Coffin, Joey King, Miranda Cosgrove, Stephen Colbert, Sofía Vergara, Steve Coogan, Chris Renaud, Madison Polan, Dana Gaier, Chloe Fineman, Will Ferrell;
Gênero: Comédia, Ação, Aventura, Família;
Duração: 95 minutos;
Distribuição: Universal Pictures;
Classificação indicativa: Livre;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z
