Depois de alguns percalços, finalmente estreia, nesta quinta-feira (13), uma das adaptações mais esperadas de 2023. Inspirado no jogo de RPG criado nos anos 1970, “Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes” chega com um objetivo claro: ser melhor do que o fracasso lançado no ano 2000 e conseguir honrar os fãs da série de animação “Caverna do Dragão” (1983-1985). O novo D&D entrega uma aventura familiar leve, divertida, algo raro nos últimos anos.
Em um mundo repleto de dragões, elfos, anões, orcs e outras criaturas fantásticas, sobreviver é sempre um grande desafio. O bardo Edgin (Chris Pine) embarca em uma missão para resgatar uma relíquia mágica, capaz de ressuscitar sua esposa e recuperar a confiança de sua filha Kira (Chloe Coleman). O homem se une a um improvável bando de aventureiros, e juntos eles se arriscam nos lugares mais perigosos e misteriosos desse universo, dispostos a combater o mal e a derrotar as mais terríveis criaturas que surgem em seus caminhos. Mas as coisas podem dar perigosamente errado. Entre os desafios, eles precisarão enfrentar o exército de Forge (Hugh Grant), a feiticeira Sofina (Daisy Head), além de Holga (Michelle Rodriguez), Doric (Sophia Lillis), Xenk (Regé-Jean Page) e o mago Simon (Justice Smith).

Escrito e dirigido pela dupla John Francis Daley e Jonathan Goldstein, que repetem a parceria do roteiro de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” (2017), os cineastas usam de todas as artimanhas para compor a produção. De forma descompromissada, eles apresentam seres mágicos, lugares, como cavernas, florestas, vilas, castelos, classes, artefatos e, claro, os dragões que já eram esperados, tudo para deixar o público imerso em um jogo de tabuleiro, como se tivessem em uma partida real, mesmo para aqueles que não tem familiaridade com o RPG. O longa ainda transita por referências a outras produções como a franquia de “Star Wars” e “Senhor dos Anéis”.
Uma das maiores sacadas de D&D é justamente o roteiro realizado por Goldstein e Daley ao lado de Michael Gilio, uma história já batida de um grupo de pessoas sem nada em comum que se juntam para um bem maior. A Marvel já entregou várias histórias assim, como “Guardiões da Galáxia” (2014) ou “Os Vingadores” (2012). O ponto aqui é fazer o mínimo com qualidade, um enredo que faz sentido, cenas de ação bem coreografadas, locações reais, a própria caracterização dos figurantes com alguns efeitos práticos e o uso do CGI controlado. O longa ainda lembra outro filme da dupla de diretores “A Noite do Jogo” (2018), com muitas sequências questionáveis e reviravoltas malucas, além de piadas e paródias mal colocadas.

Mesmo com o carisma de Chris Pine e Michelle Rodriguez em outros filmes em D&D, a dinâmica de ambos deixa a desejar. Eles não conseguem convencer em relação à amizade, mas separados têm bons desempenhos. Regé-Jean Page está ótimo, suas falas são as melhores. Mas o grande destaque fica para Hugh Grant, que vive um dos vilões da trama, um malandro vigarista que deseja se dar bem em cima dos outros.
Conclusão
“Dragons: Honra Entre Rebeldes” é uma ótima opção familiar para quem busca histórias descompromissadas, leves e divertidas. O filme pode se tornar o início de uma franquia dependendo do seu recebimento.
Confira o trailer:
Ficha técnica:
Direção: John Francis Daley e Jonathan Goldstein;
Roteiro: John Francis Daley, Jonathan Goldstein e Michael Gilio;
Elenco: Chris Pine, Michelle Rodriguez, Regé-Jean Page, Justice Smith, Hugh Grant e Sophia Lillis;
Gênero: Aventura e Fantasia;
Distribuição: Paramount Pictures;
Duração: 134 minutos;
Classificação Indicativa: 12 anos;
Assistiu à sessão cabine de imprensa a convite da Espaço/Z