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Cinema com ela
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Danielle Deadwyler tem atuação brilhante em drama biográfico “Till – A busca por Justiça”

Longa sobre direitos civis na década de 1950 nos EUA estreia nesta quinta-feira (09)

Tamires Rodrigues

09/02/2023 18h08

Atualizada 24/02/2023 17h38

Danielle Deadwyler e Jalyn Hall em “Till – A busca por Justiça” – Foto: Divulgação/Universal Pictures

O novo longa da diretora e co-roteirista Chinonye Chukwu, “Till – A busca por Justiça”, chega hoje (9) aos cinemas brasileiros. Protagonizado por Danielle Deadwyler, a produção retrata o real crime cometido contra o adolescente Emmett Till em 1955 (ele foi sequestrado e brutalmente assassinado) em um caso de ódio causado pelo racismo que chocou a todos à época. Sua mãe, Mamie Till-Mobley, se tornou ativista do movimento pelos direitos civis em busca por justiça. Um filme que mesmo se ando na década de 1950 retrata uma situação ainda presente nos dias atuais — no ano ado a Lei Anti linchamento Emmett Till foi aprovada nos Estados Unidos.

Em 1955, Emmett Till (Jalyn Hall) viajou de Chicago para o Mississippi para visitar seus primos, aos 14 anos. Sua mãe Mamie Till (Danielle Deadwyler) lhe disse para tomar cuidado porque no Sul ele seria tratado diferente por ser negro. Durante a viagem, o adolescente e seus primos pararam em uma loja de conveniência, onde a frentista e dona da loja, Carolyn Bryant, uma mulher branca, alegou que ele assobiou para ela, deixando-a desconfortável. ados alguns dias, dois homens brancos raptaram Emmett e o assam, lincharam, amarraram seu pescoço com arame farpado e jogaram seu corpo fora, por conta do que ele supostamente teria feito com a frentista. Dias depois, sua mãe receberia o corpo em Chicago, onde mostraria para todo mundo o estado mutilado e inchado do corpo do jovem menino, que acabou se transformando em um símbolo pelos direitos civis na época.

Foto: Divulgação/Universal Pictures

O drama se divide em agens pelo tribunal (durante a acusação dos assassinos de Emmett Till), pelo ativismo social que sua mãe começou em seu nome, e pela tragédia que a vida de Mamie se tornou. Chinonye Chukwu se empenhou ao máximo para que o longa não trouxesse gatilhos desnecessários ao público, as cenas de agressões físicas e do assassinato em si não aparecem na tela. Em vez disso, a diretora preferiu mostrar em detalhes os sentimentos de Mamie, como quando a personagem desmaia ao saber da perda do filho ou quando recebe o corpo quase identificável do adolescente.

O roteiro de Chukwu, com colaboração de Michael Reilly e Keith Beauchamp, conseguiu abordar todas as injustiças que os negros sofreram à época — muitas delas ocorrem até hoje. O filme é semelhante a “Clemency” (2019) também da diretora. O caso Mamie se tornou um símbolo e, mesmo não obtendo os resultados desejados, abriu caminho para outros. Chukwu quis deixar claro para o espectador não focar só nos resultados individuais e sim em um todo. Essa luta, tanto no filme como no mundo real, é de todos.

Foto: Divulgação/Universal Pictures

Todo o destaque de “Till – A busca por Justiça” ficou para Danielle Deadwyler. Logo na primeira cena, ela demonstra como o filme se desenvolverá. Chukwu está sempre focando a câmera na atriz para dar mais visibilidade ao emocional e transformar essa dor da perda de um filho, algo não natural de certa forma, em um sentimento que o público pode imaginar. Deadwyler entrega uma atuação impressionante, conseguindo causar no espectador a revolta por todo mal que o racismo pode causar. Neste caso, a trilha sonora geralmente ajuda, mas em “Till”, a própria protagonista consegue esse feito. Seu controle em cena é algo fascinante. 

Conclusão

“Till – A busca por Justiça” aborda um tema extremamente delicado, de uma forma muito impactante, utilizando o cinema mais uma vez como ferramenta de insatisfação. A atuação de Danielle Deadwyler está perfeita, sem sombra de dúvidas.

Confira o trailer: 

Ficha técnica:

Direção: Chinonye Chukwu;

Roteiro: Chinonye Chukwu, Michael Reilly e Keith Beauchamp;

??Elenco: Danielle Deadwyler, Jalyn Hall, Frankie Faison, Haley Bennett e Whoopi Goldberg;

Gênero: Drama biográfico;

Distribuição: Universal Pictures;

Duração: 130 minutos;

Classificação Indicativa: 14 anos;

Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z

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