Por décadas, o projeto Apollo 11 tem sido envolto por questões intrigantes. Quem realmente venceu a corrida espacial? Neil Armstrong pode ter sido o primeiro a pisar na lua, mas os soviéticos alcançaram o espaço antes dos Estados Unidos. A NASA falsificou o pouso na lua? Os céticos persistem na teoria de que foi encenado, talvez por Stanley Kubrick ou outros, por motivos publicitários. Keenan Flynn e Bill Kirstein são creditados pela história, enquanto a roteirista Rose Gilroy eleva essas dúvidas, extrapolando-as para o que o filme chama de uma “versão alternativa” dos eventos — uma narrativa que desafia a própria autenticidade dos acontecimentos.
Nesta quinta-feira (11), chega aos cinemas o filme “Como Vender a Lua”, que se destaca com elegância e sutileza como uma boa comédia romântica. Estrelado por Scarlett Johansson e Channing Tatum, o filme revela uma série de momentos repletos de química, em um gênero que não recebe tantas referências nos dias atuais.
A especialista em marketing Kelly Jones (Scarlett Johansson), contratada para consertar a imagem pública da NASA, causa estragos na já difícil tarefa do diretor de lançamento da Apollo 11, Cole Davis (Channing Tatum). Quando a Casa Branca considera a missão importante demais para falhar, Jones é instruída a encenar um falso pouso na Lua como um plano B, e a contagem regressiva começa. Enquanto os nervos estão à flor da pele, Jones e Davis enfrentam pressões intensas para garantir que a farsa seja convincente o suficiente para inspirar uma nação inteira. Com o tempo se esgotando e desafios técnicos surgindo, eles são forçados a reavaliar suas próprias convicções sobre ética e patriotismo, quando revelações surpreendentes ameaçam expor o plano audacioso. Em meio à tensão crescente, a dupla é confrontada com escolhas que podem mudar o curso da história e de suas próprias vidas para sempre.
Francamente, é improvável que um filme como este fosse lançado em 1969 — um ano marcado pelos assassínios de Manson, onde “Sem Destino” surpreendeu como um sucesso de bilheteria e “Perdidos na Noite”, ganhou o Oscar de Melhor Filme. Mesmo pelos padrões contemporâneos, onde as comédias românticas quase se limitam ao streaming, este original da Apple estava destinado a esse caminho até que testes de exibição revelaram seu potencial para as telonas. Com seus figurinos de poliéster retrô e uma história de amor delicada, o filme de Berlanti evoca uma era mais inocente, embora se desenrole durante uma época turbulenta: a Guerra do Vietnã dividia os americanos em casa, enquanto o presidente Nixon buscava cumprir a promessa de Kennedy de levar um homem à lua até o final da década.
O longa adota um ritmo supersônico, entrelaçando elementos narrativos que são habilmente equilibrados pelo diretor Greg Berlanti. Ele compreende os desafios de mesclar um período tão icônico da história com um romance delicado, acertando ao evitar extremos. Afinal, o filme não se trata da corrida espacial ou das teorias da conspiração que cercam o tema. Como em “O Primeiro Homem” (2018).
Assim, sua ambição se desenha como uma fantasia romântica desprovida de pretensões. Não busca criar novas propriedades intelectuais nem propor conceitos inovadores. Ao contrário, volta aos tempos mais simples, quando alcançar a Lua era o apogeu da conquista humana, e a presença de dois astros na marquise justificava a ida ao cinema.
Confira o trailer:
Ficha Técnica
Direção: Greg Berlanti;
Roteiro: Rose Gilroy;
Elenco: Scarlett Johansson, Channing Tatum, Jim Rash, Anna Garcia, Donald Elise Watkins, Noah Robbins, Colin Woodell, Christian Zuber, Nick Dillenburg, Ray Romano, Woody Harrelson;
Gênero: Comédia Romântica;
Duração: 132 minutos;
Distribuição: Sony Pictures;
Classificação indicativa: 12 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z
