A franquia de John Wick, estrelada por Keanu Reeves, foi um sopro para o cinema de ação coreografada, que vinha com um hiato muito grande — longas como “Operação Dragão” (1973), “Kickboxer – O Desafio do Dragão” (1989), “Cão de Briga” (2005) e “Matrix” (1999) não eram mais lançados.
É bem verdade que “John Wick: De Volta ao Jogo” (2014) não trouxe nada de novo, mas reviveu histórias e inspirou novos enredos. Suas continuações, “John Wick 2: Um Novo Dia para Matar” (2017) e “John Wick 3: Parabellum” (2019) renderam bilhões em bilheterias e conseguiram manter a grandeza da franquia, mesmo com Hollywood sofrendo várias críticas à época por não trazer longas originais. Agora, a história do antigo assassino que retorna para o submundo atrás de vingança ganhou mais um filme: “John Wick 4: Baba Yaga” estreia nesta quinta-feira (23), com alguns problemas no roteiro, mas repleto de boas atuações e impressionantes cenas de luta.

??O assassino profissional John Wick (Keanu Reeves) agora virou metade do submundo contra ele com sua vingança, que agora está entrando em sua quarta rodada em Nova York, Berlim, Paris e Osaka. Desta vez, no entanto, as chances de escapar parecem quase impossíveis, pois o maior inimigo está surgindo. O implacável chefe do submundo Marquis de Gramont (Bill Skarsgård), que tem alianças inteiras atrás dele, representa a maior e sanguinária ameaça até hoje. Não há caminho de volta, só um sobrevive.
Tirando o primeiro longa, que também foi dirigido em parceria com David Leitch, Chad Stahelski assinou todos sozinho. O diretor vem construindo todo o seu perfil de forma bem desenvolvida, os cortes são bem pensados, todo o visual gráfico de John Wick é impressionante. Todas as sequências de lutas, sem exceção, estão magníficas. São muitas as inspirações, como no astro Bruce Lee, que virou referência para o gênero. Os filmes de John Wick lembram muito o velho oeste. Não visualmente, mas na composição dos personagens, nas marcações no código de conduta dos assassinos, etc.

Pela primeira vez na franquia, o roteiro não foi feito por Derek Kolstad e sim pela dupla Shay Hatten e Michael Finch. Isso pesa um pouco na história, pois Derek já havia deixado uma marca muito expressiva. A diferença é sentida nas imagens apresentadas no filme: as agens são feitas de forma muito brusca. Até há uma boa sacada em relação a essa questão, com a narração não oficial de uma rádio para os “assassinos” saberem em que lugar John Wick está, mas, em alguns momentos, isso fica confuso. O tamanho do filme também foi um acerto, mas pode ser visto como um erro. São 169 minutos, o que dá muito espaço para as cenas de luta e apresentação dos novos personagens, mas deixa o roteiro ainda mais longo e mal desenvolvido.
Talvez a melhor escolha de “John Wick 4: Baba Yaga” seja o elenco secundário. De todos os outros filmes, sem dúvida, este teve as melhores participações. Donnie Yen, que vive o Caine, um assassino cego, entrega uma ótima atuação, muito equilibrada; Hiroyuki Sanada como Shimazu, o gerente do Hotel Continental de Osaka, tem uma pequena participação logo no começo, mas que deixou uma excelente atuação com uma sequência de luta incrível.

Keanu Reeves já é bem conhecido por “Advogado do Diabo” (1997) e pela franquia “Matrix”, iniciada em 1999. O ator continua muito bem e foi uma ótima escolha para viver John Wick. Ele a aquela mensagem do bom moço que precisa fazer o certo, mas sendo um assassino.
Conclusão
“John Wick 4: Baba Yaga” é um ótimo filme de ação coreografada que reacende o gênero e explica o que realmente é esse submundo da história. O longa deixa algumas brechas abertas, mas não é algo que incomoda, pois já foram confirmados projetos para o cinema e para a TV e provavelmente ainda haverá novas criações. É uma história que tem muito para ser explorada.
Confira o trailer:
Ficha técnica:
Direção: Chad Stahelski;
Roteiro: Shay Hatten e Michael Finch;
??Elenco: Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Rina Sawayama, Lance Reddick, Donnie Yen, Bill Skarsgård, Shamier Anderson, Hiroyuki Sanada, Scott Adkins, Clancy Brown e Ian McShane;
Gênero: Ação, Suspense e Neo-noir;
Distribuição: Paris Filmes;
Duração: 169 minutos;
Classificação Indicativa: 16 anos;
Assistiu à sessão especial a convite da Espaço/Z