As adaptações de videogames vêm ganhando força e qualidade nos últimos anos, tornando-se tão aguardadas quanto outras grandes produções. No entanto, o filme “Borderlands”, que estreia nesta quinta-feira (8), parece ser um retrocesso a uma era em que adaptações de jogos eram, na melhor das hipóteses, esquecíveis e, na pior, decepcionantes. A direção de Eli Roth, conhecido por seus trabalhos mais sombrios, parece não se adaptar ao tom mais leve e cômico que a franquia demanda, resultando em uma experiência que soa desarticulada e genérica.
Lilith (Cate Blanchett), uma criminosa com um ado enigmático, retorna a Pandora para encontrar a filha desaparecida de Atlas (Edgar Ramirez), um poderoso empresário. Ela forma uma equipe improvável com o mercenário Roland (Kevin Hart), a imprevisível Tiny Tina (Ariana Greenblatt) e seu protetor Krieg (Florian Munteanu), além da excêntrica Dr. Tannis (Jamie Lee Curtis) e o robô Claptrap (Jack Black). Juntos, enfrentam perigos alienígenas e bandidos implacáveis, em busca de segredos que podem mudar o destino da galáxia.

O destaque vai para Tiny Tina, interpretada por Ariana Greenblatt, que traz uma energia caótica e divertida, embora sua presença seja diminuída conforme o filme avança. Jack Black, que dá voz ao robô Claptrap, entrega uma performance bem humorada e sarcástica.
Visualmente, o filme falha em capturar a grandiosidade e o espírito do mundo de Pandora. A ação é interrompida por uma narração desnecessária que tenta explicar o universo do filme, mas acaba subestimando a inteligência do espectador. Em última análise, “Borderlands” se apresenta como um filme sem identidade, preso entre ser fiel ao material original e tentar alcançar um público mais amplo.

Cate Blanchett, conhecida por suas performances intensas e versáteis, traz um toque de sofisticação à personagem Lilith. No entanto, sua atuação é prejudicada por um sotaque americano inconsistente, que acaba desviando a atenção do público e enfraquecendo a conexão emocional com a personagem. Apesar de seu esforço em dar vida à protagonista, o roteiro e a direção não aproveitam totalmente seu talento, deixando sua performance aquém do esperado. Blanchett se destaca em algumas cenas, mas, no geral, sua participação não atinge o potencial que poderia ter em um papel tão importante.
Conclusão
Embora existam momentos de diversão, “Borderlands” não consegue se destacar em um mercado cada vez mais competitivo de adaptações de videogames. A tentativa de recriar a atmosfera dos jogos acaba se perdendo em um roteiro desarticulado e decisões visuais que fazem o filme parecer mais uma imitação do que uma obra original.
Confira o trailer:
Ficha Técnica
Direção: Eli Roth;
Roteiro: Eli Roth;
Elenco: Cate Blanchett, Kevin Hart, Jack Black, Edgar Ramírez, Ariana Greenblatt, Florian Munteanu, Janina Gavankar, Gina Gershon, Jamie Lee Curtis, Haley Bennett, Olivier Richters;
Gênero: Ação;
Duração: 101 minutos;
Distribuição: Paris Filmes;
Classificação indicativa: 12 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z