Poucas franquias de terror realmente deixaram sua marca no cinema, Sam Raimi foi responsável por revolucionar o gênero com “Uma Noite Alucinante – A Morte do Demônio” (1981) e sua sequências “Uma Noite Alucinante II” (1987) e “Uma Noite Alucinante III” (1993), o cineasta inovou ao impulsionar efeitos práticos, o uso do baixo orçamento que virou algo constante para esse tipo de produção e ainda se manteve coerente a sua história básica, que reuniu uma base fiel de fãs.
O universo de Raimi continuou com a sua participação como produtor em 2013 o primeiro reboot foi lançado, “A Morte do Demônio”, não agradou tanto o público como seus antecessores e uma série distribuída pela Netflix foi lançada em 2015 “Ash vs Evil Dead” possui 3 temporadas e foi finalizada em 2018.
Se tratando de uma franquia consolidada no mercado cinematografia e pensando no momento em que estamos, é claro que mais um filme seria lançado, afinal estamos na era da nostalgia. “??A Morte do Demônio: A Ascensão” (Evil Dead Rise) estreia nesta quinta-feira (20) dirigido por Lee Cronin, o novo longa mostra todo o seu amor pela trilogia original e seu criador.
Beth (Lily Sullivan) vai até Los Angeles para visitar sua irmã mais velha, Ellie (Alyssa Sutherland), que mora com as três filhas em um pequeno apartamento. Com uma relação distante, essa seria a oportunidade para uma reaproximação entre as irmãs. Porém, o reencontro toma um rumo macabro quando elas encontram um livro antigo que dá vida a demônios possuidores de carne. Agora, para sobreviverem, serão forçadas a enfrentar uma versão aterrorizante da família.

A primeira cena de “??A Morte do Demônio: A Ascensão”, já entrega toda a sua inspiração em Sam Raimi, para quem se lembra dos filmes anteriores, basicamente suas histórias se avam em cabanas na floresta. Lee Cronin quis trazer uma modernidade para a nova produção, recolocando o cenário principal em um prédio em Los Angeles, outra franquia de sucesso também ou por essa mudança, “Pânico 6” também lançado esse ano esqueceu a cidade pequena e se mudou para o centro de Nova York.
O longa ainda conta com todos os clichês do gênero: luzes apagando, objetos voando, a voz do demônio que muda, isso tudo já é esperado assim como os efeitos técnicos, por se ar todo em um ambiente fechado sua fotografia é extremamente escura e claustrofobia, além das inspirações nas obras de Raimi como a serra elétrica que é crucial para o final, também encontramos vários easter eggs de outros filmes como “Carrie” (1976).
Outro ponto marcante da nova produção, são os litros e litros de sangue dessa violência gore, nesse aspecto está perfeito, além da mistura de terror com comédia que tornaram Raimi conhecido e revolucionário.

Lee Cronin acerta em cheio, pois tudo que foi vendido para “??A Morte do Demônio: A Ascensão” e entregue no produto final, essa angústia das personagens, um terror asfixiante está presente em todo o filme e mesmo com vários problemas no roteiro, personagens mal desenvolvidas, ainda assim faz parte de um bom momento para o terror moderno, que busca dar visibilidade para problemas atuais nesse caso a maternidade que ganha um destaque especial no filme, o objetivo é mostrar o cansaço ou como pode ser amedrontador gerar uma criança e como os traumas da criação podem fazer diferença na vida.
Conclusão
“??A Morte do Demônio: A Ascensão” não entrega nada novo, ele não busca inovar o gênero e se mantém como uma produção nostálgica que mostra todo o seu amor pela obra iniciada em 1981. Lee Cronin mostra todo o seu entusiasmo na direção, além de saber colocar o terror nos momentos certos, as mortes são criativas, o cineasta conseguiu reviver o universo de Raimi, trazendo elementos antigos alternando para os tempos atuais.
Confira o trailer:
Ficha técnica:
Direção: Lee Cronin;
Roteiro: Lee Cronin;
Elenco: Alyssa Sutherland, Nell Fisher, Gabrielle Echols, Morgan Davies, Lily Sullivan;
Gênero: Terror;
Distribuição: Warner Bros. Pictures;
Duração: 97 minutos;
Classificação Indicativa: 18 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço/Z