“A Menina e o Dragão” chega aos cinemas brasileiros carregado de expectativa e um toque único, graças à parceria entre estúdios chineses e espanhóis. Baseado no livro de Carole Wilkinson, o filme nos leva à China imperial, onde Ping, uma jovem órfã, descobre sua profunda conexão com dragões e embarca em uma missão ousada para salvar o último deles.
No ado, humanos e dragões viviam em harmonia, até que a ambição dos homens rompeu essa aliança, levando à captura e caça das criaturas mágicas. Anos depois, Ping (Bella Chiang), uma jovem determinada, encontra o último dragão imperial e decide ajudá-lo. Juntos, eles são perseguidos pelo exército do Imperador e embarcam em uma jornada repleta de magia e amizade. Para salvar os dragões e proteger seus entes queridos, Ping precisará despertar um poder adormecido dentro de si.

Embora a animação tenha sido criticada por cenas consideradas fortes para o público infantil, é inegável que sua ambientação e os detalhes sobre a mitologia dos dragões chineses são um ponto alto. A transformação do vilão em uma criatura híbrida de homem e dragão vermelho, por exemplo, gera um impacto visual poderoso, mas pode incomodar pais mais conservadores.
Apesar disso, a relação entre Ping e seu mentor ao longo da jornada é um dos aspectos mais delicados e bem desenvolvidos do longa. O choque entre a impaciência da garota e a sabedoria de seu guia constrói uma dinâmica sensível e comovente, trazendo à tona temas como paciência e crescimento pessoal.

A trama brilha em sua proposta de contar uma história emocionante e repleta de reviravoltas, mas tropeça em alguns aspectos fundamentais. Os diálogos, especialmente, carecem de profundidade. Em uma animação onde o público infantil é o alvo, muitos momentos de conversa soam simplórios e previsíveis, deixando a sensação de que algo mais poderia ser explorado. Filmes como esse têm a oportunidade de elevar a qualidade da narrativa, e aqui, infelizmente, isso não acontece com a consistência esperada.
No entanto, a trilha sonora de Arturo Cardelus oferece um contraponto brilhante. Cada composição encaixa-se perfeitamente nas cenas, aumentando a carga emocional da experiência. Faixas como “In Ancient Times” e “I Will Fight For You” adicionam camadas de sentimento, que muitas vezes o roteiro falha em transmitir.

A animação possui elementos visuais interessantes, embora alguns detalhes, como a repetição de personagens e traços simples, acabam entregando um resultado que poderia ser mais polido.
Conclusão
Mesmo assim, “A Menina e o Dragão” oferece uma história encantadora que, apesar das falhas nos diálogos e no ritmo, convida o espectador a se emocionar com sua beleza e seus momentos mais tocantes. Não será uma unanimidade entre os espectadores, mas certamente encontrará um lugar especial para aqueles que buscam uma jornada mágica, ainda que imperfeita.
Confira o trailer:
Ficha Técnica
Direção: Jianping Li e Salvador Simó;
Roteiro: Pablo I. Castrillo, Ignacio Ferreras, inspirado no livro de Carole Wilkinson;
Trilha Sonora: Arturo Cardelús;
Gênero: Aventura;
Duração: 99 minutos;
Distribuição: Imagem Filmes;
Classificação indicativa: Livre;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Imagem Filmes e Sinny Assessoria