A violência nas escolas segue sendo noticia nos principais jornais do Brasil, fazendo com que os oportunistas metidos a intelectuais, mais uma vez, manifestem toda sua ignorância a respeito do tema, criando mais confusão na mente da sociedade.
O tema do texto de hoje é a suposta relação entre videogame e violência nas escolas. Mesmo antes de iniciar o assunto, já respondo ao amigo leitor que: não, games não deixam os jovens mais violentos.
Ao contrário do que falaram o deputado federal Zé Trovão e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, além da nota técnica emitida pela Sociedade Brasileira de Psicologia, os estudos de qualidade com base cientifica não comprovam qualquer indicativo dos videogames causarem o aumento da violência entre jovens e adultos jogadores. Alguns destes que chamo de estudos de qualidade podem ser conferidos no fim desta coluna. Até lá, vamos desmistificar um pouco este pensamento:
Imaginem se os supracitados intelectuais tivessem razão? Considerando o número de jogos de tiros e afins vendidos mundo afora, estaríamos na terceira Guerra Mundial. O aumento da violência, neste caso, deve ser analisado de forma multidisciplinar, afinal somos seres biopsicossociais, e o ambiente, a formação e o lado biológico têm forte influência no comportamento do ser.
Assim, creditar aos videogames o aumento da violência é, no mínimo, irresponsável. Entretanto, o que me deixa mais preocupado é o nível de artigos pesquisados pelos pseudointelectuais para apresentarem seus argumentos a respeito da violência causada pelos jogos. Infelizmente, não termos formação suficiente em nossas faculdades para que possamos analisar qualitativamente os estudos e evitar erros e disseminação de fake news sobre o tema.
É importante, contudo, destacar que o fato dos videogames não serem os responsáveis pelo aumento da violência não significa que não possam fazer mal a jovens e adultos, em especial devido à possibilidade de vício no game. Sobre os ataques às escolas, será que o ambiente onde os envolvidos nos ataques é adequado? Como será o convívio familiar? E o social? Com quem andam estes jovens? Eles já apresentaram algum distúrbio psicológico? São diversos fatores que devem ser analisados antes de nos posicionarmos de forma oportunista, como vemos em alguns canais de comunicação.
Artigos
Antes de disponibilizar alguns artigos a respeito do tema, não poderia deixar de comentar a necessidade de termos avaliações da dinâmica da personalidade de nossos jovens em nossas escolas.
Ao contrário do que muitos pseudoeducadores podem falar, ter uma avaliação bem feita poderia prevenir uma série de problemas de nossos jovens e suas famílias, pois poderíamos acionar o sistema de saúde local, promovendo o não só ao atendimento psicológico, mas também, quando for o caso, tratamento medicamentoso, a fim de garantir melhor qualidade de vida àqueles que apresentam distúrbios psicológicos — e que, com certeza, não têm parafuso solto, como alguns gostam de dizer.
Agora, os artigos: