Em 2023, sob o tema “A vida pede equilíbrio”, a campanha Janeiro Branco tem como objetivo estimular o debate sobre as relações humanas, além de prevenir doenças decorrentes do estresse, que incluem depressão, ansiedade e pânico.
Neste cenário, o Hospital Paulista faz um alerta à importância do cuidado também com ouvido, nariz e garganta para a manutenção da saúde mental.

Conforme a Dra. Bruna Assis, otorrinolaringologista na Instituição, dentro da especialidade, existem diversas patologias que podem desencadear estresse e ansiedade, como quadros de tontura e/ou zumbido. “Sem equilíbrio entre corpo e mente, resta a sobrecarga, o estresse e o adoecimento, capazes de paralisar nossas vidas, seja no âmbito pessoal ou profissional. Daí, a grande importância da campanha na vida de pessoas que convivem com esses transtornos, destaca a especialista. “As perdas auditivas e os transtornos de fala levam à dificuldade de comunicação. E, consequentemente, à dificuldade nos relacionamentos interpessoais, podendo levar a quadros de depressão, ansiedade e isolamento”, reitera.

Em linha, a fonoaudióloga Christiane Nicodemo, também do Hospital Paulista, chama a atenção para a importância da acuidade dos profissionais da saúde na escuta ativa e no olhar atento. “O otorrino e o fonoaudiólogo são profissionais que podem receber seus pacientes e, com um olhar atento, para além da queixa, realizar o encaminhamento para o psiquiatra ou psicólogo. Todos precisam abraçar essa causa e desmistificar o tratamento de transtornos mentais”, frisa.

Com o objetivo de chamar a atenção de pessoas, instituições e autoridades para as necessidades relacionadas à saúde mental humana, a campanha Janeiro Branco foi criada em 2014 pelo Instituto Janeiro Branco.
Números
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, aproximadamente, 300 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, 58% dos suicídios ocorrem antes dos 50 anos de idade e 71% das pessoas com psicose não am os serviços disponíveis de auxílio à saúde mental.
Os números registram um aumento de 25% nos quadros de depressão e ansiedade no primeiro ano de pandemia. “Essas doenças podem atingir quaisquer indivíduos, os afastando do convívio social e de uma vida produtiva”, reitera a médica.
A fonoaudióloga ressalta que, em países com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os mais pobres e desfavorecidos correm maior risco de desenvolver problemas de saúde mental, destacando que, mesmo em países de alta renda, apenas 1/3 recebem cuidados formais.
“Somos seres sensíveis, com histórias de vidas distintas. Nós amos por uma pandemia e isso já é um grande fator para desencadear algum mal-estar”, afirma.
A otorrino do Hospital Paulista alerta ainda que indivíduos com dificuldade na comunicação, seja por diminuição da acuidade auditiva ou distúrbios de fala, devem ter suas patologias e limitações tratadas, por meio da indicação de aparelhos de amplificação, tratamento medicamentoso ou técnica cirúrgica, de acordo com cada necessidade. “Esses indivíduos precisam ser muito bem inseridos na sociedade, por meio da educação inclusiva, melhora na dinâmica familiar e, sempre que possível, associadas a uma rede de apoio psicossocial para contenção de danos e maior qualidade de vida”, pondera.
Dicas que beneficiam a saúde mental
As especialistas também listam alguns bons hábitos fundamentais para manter o equilíbrio entre o corpo e a mente.
- Boa alimentação;
- Prática de exercícios físicos;
- Manejo do estresse;
- Higiene do sono;
- Redução no abuso de toxinas (álcool, cigarro e drogas);
- Tempo para lazer.
“Além disso, uma boa rede de apoio, conexões saudáveis, autoconhecimento e terapia também propiciam qualidade de vida. Fazer coisas que gostamos e nos fazem bem traz benefícios diários”, finaliza a otorrino.
Rede de apoio
Contate o Centro de Valorização da Vida (CVV), instituto que apoia emocionalmente todas as pessoas que am o serviço.
O atendimento é realizado 24h por voluntários que se revezam para conversar por telefone (188), e-mail ou chat.